Saturday, October 27, 2007

Some sketches for BookCrossing


Alguns de vocês já sabem que eu sou membro do BookCrossing, uma fantástica comunidade internacional de pessoas que gostam de livros. Esta organização nasceu nos EUA, mas o número de membros provenientes de diferentes países tem vindo a aumentar consideravelmente. Por isso, a loja está a preparar novo material, tal como as etiquetas para os livros - traduzido em diferentes línguas - incluindo o português. Inicialmente, pensaram em utilizar como motivo gráfico o livro corredor que é símbolo do BookCrossing, mas depois decidiram pedir a opinião aos membros. E depois de alguma discussão no forum português, lançado por uma das bookcrossers portuguesas mais activas, a Marcenda, concordámos em tentar propor um novo motivo, que de alguma forma capturasse o espírito da língua e do BookCrossing, juntando três elementos: azulejos portugueses, um astrolábio, e o livro corredor. O astrolábio, um instrumento de navegação que durante muitos anos permitiu aos portugueses a possibilidade exclusiva de navegar em mar aberto, portanto, vital na descoberta de rotas marítimas para diferentes continentes, simboliza aqui o mundo, no qual nações de diferentes continentes foram unidas por uma língua comum. Os azulejos são também motivos comuns a monumentos de todos estes países e o livro corredor, bem, esse já anda a correr há muitos séculos, mas agora, mais do que nunca, através da comunidade de bookcrossers de língua portuguesa, que não tem parado de crescer. Assim sendo, aqui ficam três estudos. Por favor, digam se preferem a opção 1 (o de cima), 2 (o da esquerda) ou 3 (o da direita), ou se não gostam especialmente de nenhuma delas e devemos continuar a procurar outra coisa (não se acanhem!). Notem, por favor, que isto são apenas esboços grosseiros, os desenhos estão toscos (sobretudo o astrolábio) e foram feitos rapidamente com lápis de cor, enquanto que a arte final deverá ser em aguarelas. Ah, e apesar de as opiniões dos bookcrossers serem aquelas que vão ser tidas em conta, para efeitos de selecção (ou não), eu também gostava de ouvir as opiniões dos não-bookcrossers.
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Some of you already know I'm a member of BookCrossing, an amazing international book lovers' community. Because the number of members from several countries of this US-born organisation have been increasing, their supply store is preparing to go to print with new bookplates in other languages, including Portuguese. They've thought about using Ballycumber, our running book, as the art but have ultimately decided to get the people's opinions for this. After some discussion in the forum, launched by one of our most active members, Marcenda, we've agreed to try to propose a new piece of art that somehow captures the spirit of the language and BookCrossing, joining three elements: Portuguese tiles, an astrolabe and Ballycumber. The astrolabe, a navigational instrument that for many years, gave the Portuguese the exclusive ability to navigate open waters, hence vital in the discovery of maritime routes to other continents, is here a symbol of the world, where nations from different continents were united by a common language. The tiles, too, are typical feature in monuments of all those countries and the running books, well, they have been running for centuries, of course, and now more then ever between a fast Portuguese-speaking bookcrossing community.
So here are three drafts. Will you please send your opinions, whether you prefer option 1 (top), 2 (left) or 3 (right), or none of them and we should keep trying to find something better. (don't be shy!). Please note that these are rough sketches, the drawings are coarse, with little detail and all were quickly rendered with coloured pencils, while the final art is supposed to be watercolour. Oh, and although the bookcrossers' opinions will be the ones that ultimately count, I'd like to hear that of the others, too.

Wednesday, October 24, 2007

More from my watercolour classes


Este é o segundo trabalho que termino nas minhas aulas de aguarela. Mostra a minha filha mais velha e um dos nossos cães num dos passeios que por vezes fazemos nas redondezas na nossa casa. Estou a gostar muito desta dose artística semanal, até porque, ultimamente, o tempo que tenho dedicado a este tema se tem resumido a estas duas sessões de duas horas cada... Decididamente, tenho que ver se melhoro este estado de coisas.
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This is the second work I manage to finish during my watercolour classes. It shows my oldest daughter and one of our dogs during one of the walks we usually do near our house. I'm really enjoying this weekly art doses. Actually, these two hours twice a week are about all the art time I'm getting lately... I definitely need to improve this situation.

Saturday, October 13, 2007

Watercolour Classes

Pouco tempo depois de ter regressado de férias, um amigo falou-me de um curso de aguarelas, que ia ter lugar na nossa cidade, organizado por uma galeria de arte que abriu recentemente e que eu andava a querer visitar há já algum tempo. Assim, juntei o útil ao agradável, inscrevi-me no curso, e antes da primeira aula, visitei a galeria. Gostei imenso dos trabalhos expostos: as lindíssimas e estranhas esculturas em madeira e metal de João Ferreira (vejam esta e esta) e as belíssimas aguarelas de Manuel Ferreira, o nosso professor (podem ver uma aqui). A imagem mostra o meu primeiro (e até agora único) trabalho feito durante o curso, uma vista da parte antiga da cidade, dentro das muralhas do castelo. A casa do lado direito, ao fundo, foi inventada por mim, em substituição de uma mais feia que, na realidade, lá está. Uma das coisas boas que desenhar e pintar nos permite, é mudarmos a realidade como nos parecer melhor!
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Right after I came from holidays, a friend told me about a watercolour course that was going to take place in our town, organised by an art gallery that had recently opened. I've been wanting to visit this gallery for some time, but the holidays came in between, so I hadn't had the chance to do it yet. So I just joined two good things together: I enrolled in the course and I finally visited the gallery before going in my first class and I must say I really liked the amazing and exquisite wood and metal sculptures of João Ferreira (just take a look at this one and this one), and the beautiful watercolours of Manuel Ferreira, who happens to be our teacher (you can see one of them here). The picture above shows the first (and so far only) work I did during the course. It is a view of the old town, inside the castle walls. The house on the far right was made up by me, to replace an ugly one that is actually there. One of the good things about painting and drawing is that you can change reality as you see fit!

Friday, October 12, 2007

Landscape spoilers


É a primeira vez que vou escrever um post deste tipo, mas tenho mesmo que o fazer, por isso, espero que me desculpem. A questão tem relação com a imagem aqui em cima, que representa uma vista da serra de Montesinho, parte de um Parque Natural e também de uma rede de áreas naturais de importância a nível europeu, a Rede Natura 2000. É aqui que vive a mais importante das últimas populações de lobo ibérico, aves de rapina e uma lista quase infindável de fauna selvagem, assim como espécies raras, muitas delas endémicas, da nossa flora.

Há muitos anos que venho até aqui, para um passeio, para mostrar a amigos que vêm de fora, ou simplesmente para um piquenique com a família, como foi o caso neste Verão, quando fiz este desenho. Infelizmente, a serra tem vindo a mudar e as perspectivas de futuro são de que vá ficar ainda pior. Tudo começou com algumas ventoinhas, de um parque eólico no lado espanhol, uma área que, ao contrário da nossa, não é protegida (porque em Espanha, tanto quanto sei, não existem parques eólicos dentro de áreas protegidas, o que, aliás, me parece muito bem). Em vez de ter requerido um estudo de impacto ambiental, como seria seu dever, o governo português comportou-se como se nada estivesse a acontecer. E o número de torres foi crescendo.

Durante o nosso piquenique, bem tentámos olhar para o outro lado e - à semelhança do governo - fazer de conta que não era nada e continuar a usufruir o nosso dia no campo. Só que foi impossível. Estávamos perto da fronteira, e mesmo olhando noutra direcção, não conseguíamos escapar ao barulho do parque eólico! Um som constante e desagradável, semelhante ao de uma autoestrada ou tráfego de uma grande cidade, na distância. Simplesmente horrível para quem percorreu uma série de quilómetros em busca de um dia num espaço natural, rodeado pelos sons calmantes da natureza... Connosco levámos uma das nossas cadelas, e ao vê-la entrar em pânico com aquele ruído (que para os ouvidos sensíveis de um canídeo deve ser bem mais perturbador), não pudémos deixar de pensar naquilo porque estarão a passar os pobres lobos...

Mas as notícias verdadeiramente más não são, sequer, estas, e sim o facto de o ministro do Ambiente ter declarado publicamente que vai levantar a interdição de construção de parques eólicos dentro do Parque Natural de Montesinho (PNM) que foi proposta pelos seus técnicos. Proposta esta, suportada por estudos que provam que, para Portugal atingir os níveis desejáveis de produção de energia eólica, não há necessidade de sacrificar qualquer área protegida. Muitos habitantes locais, ncluindo - evidentemente - os operadores turísticos, são contra a instalação de parques eólicos. A grande maioria, no entanto, não faz a menor ideia daquilo que se está a passar. As razões do ministro? As velhas e tristes razões políticas. Não os interditando, os parques eólicos serão possíveis sob certas condições, que não são nem objectivas nem claras, e portanto podem ser usados como moeda de troca para obter apoio político.

A proibição dos parques eólicos faz, por enquanto, parte do regulamento do Plano de Ordenamento do Parque Natural de Montesinho, que está neste momento em discussão pública. Eu vou preencher a minha ficha de participação, disponível aqui, na qual vou declarar o meu apoio à manutenção da interdição, não só dos parques eólicos, como de outras grandes infraestruturas "que descaracterizem significativamente a paisagem" (alínea j) do artigo 8º do Regulamento). Convido-vos a todos, desde que nisso acreditem, a fazer o mesmo. O formulário está em português, mas pode ser preenchido noutras línguas, por pessoas de qualquer nacionalidade. Pode ser enviado pelo correio para: Parque Natural de Montesinho, Bairro Rubacar, R. Cónego Albano Falcão, lote 27, 5300-044 Bragança, Portugal. Mas temos que nos despachar, porque a data limite é já o dia 17 de Outubro.

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This is the first time I'm writing this kind of post, but I really have to do it, so I hope you will forgive me. It has to do with the picture above, a view of Montesinho, a beautiful and wild landscape, part of a Natural Park and also a network of natural areas of European importance known as Natura 2000. This is where the most important of the last Iberian wolf populations lives, the home of birds of prey and an array of other incredibly diverse wild fauna as well as rare, often endemic flora.

Living close, I've been going there for many years for a walk, to show it to visiting friends, or just for a picnic with my family, as was the case this summer, when I did this sketch. Unfortunately, things are not how they used to be and the threat is that they will get much worse in the near future. It all started with a few wind towers on the Spanish side of the border, which is not protected (because in Spain, as far as I know and is, in my opinion, very logical, there are no windfarms inside protected areas). Instead of demanding an environmental impact assessment, as was its duty, the Portuguese Government just pretended nothing was happening. So the number of towers just kept growing.

During our picnic, we tried looking the other way and - like the Government - pretend nothing was happening and go on enjoying our day in the wilderness. But it was impossible. We were near the border and even if we looked the other way, we could not escape the sound of it! A constant, buzzing sound, just like that of motorway or city traffic in the distance. Truly horrible, for someone looking for a day in the wild, surrounded by the soothing sounds of nature... We had also taken one of our dogs with us and watching her panicking over the noise (probably much worse for the sensible dog's ears), we couldn't help wondering about what was happening to the poor wolves...

But the really bad news is the Portuguese Minister of the Environment has publicly declared that he wants to change the interdiction of building windfarms inside the Park, that has been proposed by his technicians. This proposal is supported by a series of studies that have proved that for Portugal to reach a desirable level of green energy production through windfarms, there is no need to sacrifice any protected area. Many people of the area, including, of course, tourism operators, are in favour of keeping the windtowers away from the Park. The great majority have no idea about what is going on. So why is this happening, you may ask? The old, sad reason: politics. By not interdicting them, the windfarms will be possible under certain conditions, which are neither clear or objective, meaning it will always be possible to use them to get political favour.

The windfarm interdiction is part of the regulation of the Plano de Ordenamento do Parque Natural de Montesinho, currently under public discussion. I am filling in my participation form (ficha de participação), available here, where I am declaring my support to the proposed regulation, that windfarms, together with other large infrastructures that represent landscape spoilers, should not be allowed inside the Park. I invite all of you who believe in this, to do the same. The form is in Portuguese, but you can fill it in in your own language, sign it and mail it to: Parque Natural de Montesinho, Bairro Rubacar, R. Cónego Albano Falcão, lote 27, 5300-044 Bragança, Portugal. But we need to hurry, the deadline to submit our opinions is the 17th of October.

Saturday, October 6, 2007

Last one from the holidays


E aqui está o último desenho das férias - e este foi mesmo o último, feito numa das idas à praia já perto do fim das férias. O sol já se tinha posto, mas o meu marido e a minha filha mais velha não davam sinais de querer voltar para casa...
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Here's the last sketch from the holidays - and this was really the last one I did, in one of our last days on the beach. The sun had already set, but my husband and older daughter didn't seem to be willing to go back home...

Wednesday, October 3, 2007

Still another sketch from the holidays


Pronto, está quase, já só falta este e mais um, para acabar de mostrar os desenhos das férias! Este foi feito a correr, enquanto esperava que as miúdas se despachassem para irmos dar um passeio. Mostra um casal de agricultores, a descascar maçarocas de milho e a espalhá-las no chão para secar, num campo mesmo em frente à "nossa" quinta. Fizeram isto todos os dias em que lá estivémos, quer o céu estivesse nublado, quer um tórrido sol. Quando nos levantávamos (não era assim tão cedo, mas pronto...) o homem já lá estava, depois a mulher juntava-se a ele até uma certa hora em que desaparecia (provavelmente para tratar do almoço), para depois regressar outra vez à tarde, quase até ao pôr do sol. Todos os dias me espantava com a paciência e a perseverança deles, perante o tamanho do campo e do trabalho que tinham pela frente.
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O.K., I'm almost finished, there's this one and then just one more to go! This is a 5 min. sketch done while waiting for the kids to get ready for a walk. It shows a man and wife farmers, peeling corn-cobs and spreading them on the ground to dry in a field just across "our" farm. They did this every single day while we were there, either it was cloudy or the hottest of days . When we got up (O.K., not very early, but still...), the man was already there, then the wife would join him, then go away (probably to prepare lunch) until they got together again in the afternoon almost until sunset. The size of the field and the work ahead of them just left me amazed at their patience and perseverance.